Reportagem para "UH Revista", Repórter: Jonas Vieira, Reportagem Geral, 10 negativos 6x6 cm PB acetato; - Data: 01/02/1965
Autoria: Joel Maia
Enfim chegou o dia que Maria Bethânia iria estar lá, quando ela entrou pensei que meu coração ia sair pela boca, onde eu estava fiquei, pois não tinha condição nem de me levantar. Era a festa da lavagem da purificação, naquele mesmo dia almoçamos na casa dos Velloso e Maria Bethânia passou por mim e perguntou “a senhora já almoçou?” eu mal consegui responder que sim e agradecer.
Voltei lá em 2011 e 2012 também e o contato foi excelente, mas Bethânia nunca esteve tão solta como em 2010, autografou uma camiseta, presenteada pela minha amiga querida, e com isso vivi momentos que jamais vou me esquecer... Como jamais vou esquecer o estado que fiquei a primeira vez que escutei Maria Bethânia cantar. Tudo parou, eu só escutava a voz dela, não posso negar foi paixão de cara!
Eu nem sei quando
MARIA BETHÂNIA entrou na minha vida nem como, quando vi, ela já tava lá. Eu acho que é porque quando um trabalho é
feito de corpo e alma, contagia a todos que estão abertos às emoções que a
verdadeira arte proporciona. E MARIA BETHÂNIA tem muito disso, dessa
entrega, da fé na sua própria verdade, na sua arte. Pessoas assim me fascinam!
Como boa viciada em
internet que sou tudo que sei sobre MPB, e qualquer outro gênero da música
brasileira, aprendi pelo computador, e foi justamente assim que
"conheci" a BETHÂNIA. Conhecer de ouvir falar é bem diferente de
conhecer sendo fã, lógico, e eu lembro
que eu só precisei escutar Reconvexo
pra instantaneamente virar fã. É, foi tudo um processo muito rápido. Não
sei o que me chamou a atenção e, na verdade, a gente nunca sabe, pois não tem
como explicar racionalmente o porquê de você gostar tanto daquele artista e porque
a voz, o jeito, o olhar te transmite uma sensação tão grande de bem estar. Por
um motivo muito estranho você se sente conectado àquela pessoa que nunca,
sequer, viu pessoalmente e isso é bom porque preenche seus dias, te deixa feliz
e vivo.
MARIA BETHÂNIA entrou
na minha vida quando ouvi pela primeira vez a canção que Caetano fez pra ela. Quando eu ouvi aquela frase
: "Maria Bethania please send me a
letter I wish to know things are getting better. Better, better, Beta, Beta,
Bethânia"... isso me soou tão puro, tão
transcendental que eu precisa saber quem era "aquela mulher" que
inspirava tal letra e tal emoção , Maria Bethânia não é daqui, às vezes sinto
que ela está na frente e isso é totalmente visível quando canta. A “entrega”
dela no ritmo e nas letras fortes das canções e aquela voz que te joga pra um
espaço de esperança de que as coisas vão melhorar!
Amar MARIA BETHÂNIA
é uma coisa natural. Porque ela é natural. Nada é forçado e toda a arte dela
tem um motivo bem maior do que apenas cantar e se apresentar. É por
isso que BETHÂNIA encanta tanto, porque ela faz tudo com a alma, com a verdade
refletindo nos olhos. Impossível não amar alguém assim!
Carinho é aquele gesto guiado pelo sentimento que vem de
dentro pra fora, tocando de fora pra dentro a outra pessoa. Sorrisos, olhares,
palavras, canto e cheiro – tudo aquilo que alcança a nossa alma, nos deixando
plenos. Aprendi tudo isso quando era criança. Eu sei a importância do encontro
das mãos e todos os gestos seguidos no depois de cada completude de um
encontro. A emoção invade e eu fico grande. Meus olhos molham, meus lábios não
se fecham e meu coração palpita feito um atabaque em uma maravilhosa noite de
Xirê. Me sinto povoada, cheia de fogos de artifício de dentro pra fora. Não
consigo decifrar ao certo, bem, como isso acontece. Acontece e não existe
palavra. Sou filha de Rei. Sou filha do fogo. Sou a parte de mim e a outra
parte também. Sou. No carinho, somos. Maria segue com sua voz, tocando nas
partes mais puras e profundas dentro em mim. Eu canto. Ela me canta. Eu me
apaixono. Ela não sabe.